Polícia Civil do Distrito Federal oferece vários canais para vítimas comunicarem injúria e racismo; Nos meses de janeiro e fevereiro, delegacias registraram 64 crimes
Um registro de crime racial por dia nas delegacias. O número, que leva em conta a média dos meses de janeiro e fevereiro deste ano, retrata a dura realidade de quem é ofendido em razão da cor de pele ou da religião, no Distrito Federal. Neste 21 de março é celebrado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, momento de reforçar a importância em denunciar agressores.
Embora os registros de injúria e racismo tenham crescido nos últimos anos, ainda há uma subnotificação por parte das vítimas, segundo a delegada-chefe Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa (Decrin), da Polícia Civil do Distrito Federal, Gláucia Cristina da Silva. “As pessoas ainda são muito tímidas para reclamar o seu direito. A vítima precisa saber que a lei está a seu favor, que haverá uma resposta do Estado, para que o autor não volte a cometer o crime”.
Nos dois primeiros meses do ano, 64 casos de injúria racial foram comunicados às delegacias, quatro a menos que no mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2017, houve 431 ocorrências dessa natureza, contra 428 em 2016.
Já em relação ao crime de racismo, não houve nenhuma ocorrência nos primeiros bimestres de 2018 e 2017. Em todo o ano passado, ocorreu apenas um caso. No ano anterior tiveram dez registros. “Há uma diferença entre os crimes. No racismo a ofensa é dirigida à coletividade e na injúria racial a ofensa à honra pode se referir à cor da pele, raça, etnia ou religião”, explica a delegada-chefe da Decrin.
A titular da Decrin acrescenta que a coleta de provas é indispensável para que os casos sejam investigados e possibilitem o êxito do processo. “Se a ofensa é verbal, é preciso colher testemunhas. Se for por escrito ou pela internet, fazer o print da tela, buscar o máximo de informações de quem enviou. Se foi um xingamento no trânsito, que tire fotos da placa e modelo do veículo”.
Como denunciar
Com profissionais especialistas no tema, a Decrin vem trabalhando em investigações cada vez mais aprofundadas, desde abril de 2016, quando foi criada. A unidade policial está aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas. Ela está localizada no Departamento de Polícia Especializada (DPE), próximo ao Parque da Cidade. As vítimas também podem ligar no telefone (61) 3207-4242 ou ir a qualquer delegacia de Polícia.
A PCDF disponibiliza ainda o sistema de registros de ocorrências pela internet, através da Delegacia Eletrônica (delegaciaeletronica.pcdf.df.gov.br).
Edição: Shismênia Oliveira
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