Divisão de Comunicação, da PCDF
A Polícia Civil do DF, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais – Corpatri, deflagrou, nesta terça-feira (30), a Operação Cards para cumprir 20 mandados de buscas e prisões de indivíduos envolvidos na venda de placas e lacres falsos em diversas cidades do Distrito Federal.
As ações ocorreram em Taguatinga, Paranoá, Gama, SIA, Plano Piloto, Recanto das Emas e Águas Claras. Até o momento, 20 pessoas foram presas envolvidas nos crimes de uso indevido de símbolo público, adulteração de sinal identificador de veículo, exploração ilegal de atividade econômica e associação criminosa.
De acordo com as investigações, somente no ano de 2018, foram registradas pelo menos 2,8 mil ocorrências envolvendo veículos clonados. Em 2019, os registros têm acompanhado a mesma tendência estatística. Esse resultado deve-se à facilidade na obtenção de placas e lacres falsos, o que dificulta o trabalho repressivo de roubos e furtos de veículos. Isso porque a criminalidade tem adotado um modus operandi sofisticado, explica o delegado e coordenador da Corpatri, André Costa Leite.
“Ao saírem para roubar, os criminosos já levam placas clonadas, efetuando a troca imediata logo após a subtração dos carros, dificultando, sobremaneira, o trabalho investigativo de localização e recuperação dos bens”.
Restou ainda apurado, que após a clonagem, os veículos são vendidos a terceiros de boa-fé, e usados em outros crimes ou remetidos para o exterior para troca por armas e drogas. Por sua vez, o cidadão que tem a placa copiada acaba submetido a uma série de problemas, pois passa a receber multas e pontos em sua CNH referentes a infrações de trânsito que não cometeu.
“Ele pode também acabar como suspeito de crimes cometidos com o carro clonado, gerando constante dever de explicação às autoridades”, explica o delegado.
Por meio das apurações, a PCDF conseguiu identificar a existência de um comércio paralelo, onde diversos indivíduos realizam encomendas de placas de formas diversas, principalmente, por meio de aplicativos — como o próprio whatsapp—e os emplacamentos ilegais feitos no meio da rua, de forma indiscriminada.
“Os criminosos vendiam placas não só do DF, mas também recebiam encomendas de outros estados, como Bahia e São Paulo. Cobrava-se em média R$ 250 para o kit placa —traseira, dianteira e lacre. A ousadia era tanta que alguns desses indivíduos, além de fornecer a ladrões de carro, possuíam “lojas” na frente dos locais oficiais de emplacamento para prospectar parte da população desavisada”, finaliza André Leite.
Vale destacar que a autorização para emissão de placas e o serviço de emplacamento é uma atividade privativa do Poder Público. Esse serviço é essencial ao controle da frota e segurança viária, sendo também elemento importante de fiscalização, pois permite aos órgãos de Segurança Pública a identificação de produtos de crime.